Coinfecção Secretaria Executiva da Universidade Aberta do SUS
Em muitos casos, é de difícil diagnosticar tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) apenas por meio de exames bacteriológicos. Podem ser necessários métodos complementares, como exames radiológicos, broncoscopia, adenosina deaminase e outros exames laboratoriais.
Os exames radiológicos são ferramentas valiosas para o diagnóstico de tuberculose em PVHA. A radiografia de tórax, por exemplo, ajuda a avaliar a gravidade da lesão pulmonar e a monitorar o tratamento.
Infiltrados nos ápices dos lobos superiores ou segmentos superiores dos lobos inferiores devem fazer pensar em tuberculose. Frente a uma radiografia de tórax com adenopatia hilar também se deve pensar em tuberculose, independentemente do motivo que levou a solicitar a radiografia. Entretanto, é importante lembrar que é relativamente comum que a radiografia de tórax esteja normal em PVHA com tuberculose.
A broncoscopia está indicada quando os exames de escarro são inconclusivos, mas a hipótese diagnóstica de TB pulmonar é mantida. O material colhido durante a broncoscopia (biópsia e lavado broncoalveolar) deve ser encaminhado para baciloscopias ou teste rápido molecular (TRM-TB), cultura com identificação de micobactérias e teste de sensibilidade aos antimicrobianos.
Apesar de útil, a broncoscopia permite diagnosticar somente 1/3 dos casos de tuberculose em PVHA, devido à baixa carga bacilar, comum nesses pacientes. Vale ressaltar que baciloscopia negativa em material de exame broncoscópico não exclui tuberculose ativa em PVHA.
Outros exames laboratoriais, embora inespecíficos, também podem corroborar com o diagnóstico de tuberculose. As alterações mais comuns são: anemia normocítica e normocrômica, hipoalbuminemia e hipergamaglobulinemia.
A dosagem da atividade da adenosina deaminase (ADA) em fluidos corporais é um exame simples e barato que também pode ser usado para o diagnóstico de tuberculose extrapulmonar. A ADA pode ser realizada em qualquer fluido corpóreo: líquido pleural, líquido sinovial, líquido da cavidade peritoneal e líquido cefalorraquidiano (líquor). Uma dosagem > 30 U/ml é considerada positiva para TB.
Para saber sobre o tratamento da tuberculose em pessoas vivendo com HIV/aids, clique aqui.
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